Halawi - Halva - Doce do Mediterrâneo com Gergelim e Pistaches
Doce típico do Oriente Médio, favorito de Simone de Beauvoir cuja base é gergelim. O halawi (pronuncia-se raleu) é um dos doces mais tradicionais do Oriente Médio. Feito com mel, açúcar e bastante pasta de tahine, é uma massa de gergelim torrado, o ingrediente principal que empresta seu sabor acentuado a esta iguaria.
Na cozinha turca, é chamada de Halva e refere-se especificamente a este tipo de sobremesa, presente na culinária do país há milênios. É mencionado na literatura da Anatólia Seljúcida desde o século XIII. Halvah é em hebraico, em árabe é Halawi.
Existem dois tipos principais, a receita citada acima, chamada de Tahini Helva, que é feita de gergelim e vendida em blocos, em lojas especializadas, feita com uma parte de pistaches e abundantemente enfeitado com os grãos verdinhos, inteiros. Apresentado desta maneira, é conhecido mundialmente.
Hirmik Helvasi é o segundo tipo, chamado de Helva feito de amidos como farinha ou sêmola é mais popular entre os cozinheiros domésticos. Este tipo de doce é feito amaciando a semolina ou farinha em grandes quantidades de manteiga, com leite e adoçado com açúcar, mel ou melaço de uva chamado 'pekmez' (beijinho-MEZ) e deixado para ser secado. Às vezes, outros ingredientes como cacau em pó, nozes, avelãs ou pistaches são adicionados. A Halva da Turquia é típica em toda a Ásia, também nos antigos países otomanos, onde existe a influência turca nas suas culinárias como a Rússia, Ucrânia, Romênia, e todos os países dos Bálcãs e Cáucaso, também no Corno da África, Europa Oriental, Malta e em todos os países da Diáspora Judaica, testemunhando a influência dos descendentes de Oguz Khan pois era levado pelas tribos nômades nas viagens longas e cansativas, pela durabilidade dos ingredientes. Também foram citados nos caminhos onde as tribos nômades passaram, em manuscritos da Síria e da Pérsia, também no Egito Antigo, onde surgiu o uso do gergelim usado primeiramente como remédio. Uma variação desta receita aparece em pergaminhos do Palácio de Mari na Síria, na correspondência trocada entre o Faraó Akenaton (o Faraó Herege, marido de Nefertiti) e o Rei hitita Supiluliuma I, feita com pasta de gergelim e tâmaras, cardamomo e nozes picadas. Enrolado e passado em mel, canela e pó e amêndoas torradas picadas. O gergelim teve papel importante na culinária do Egito Antigo, depois que os médicos da corte descobriram seus poderes energéticos. A origem das sementes é ainda mais antiga e mitológica. Segundo uma lenda assíria, durante a criação do mundo os deuses se reuniram e beberam vinho feito com as sementes de gergelim, simbolizado a imortalidade da alma ante o poder da criação.
Os hititas eram um povo indo-europeu e no II Milênio a.C. fundaram um poderoso império na Anatólia Central (atual Turquia). A Anatólia era uma terra cheia de possibilidades, grandes fontes de matérias primas como o ferro e somente os hititas conheciam técnica de fundí-lo para a forja, adicionando-lhe oxigênio.
O Rei anatoliano Supiluliuma reinou de 1344 até 1322. a.C e ficou famoso como guerreiro e estadista. Enfrentou o Império do Novo Egito pelo controle das terras entre o Mar Mediterrâneo e o Rio Eufrates. O faraó Akenaton era contrário às guerras e Supiluliuma então, aproveitando o reinado tumultuado, tomou o controle do território egípcio na Síria, incitando muitos vassalos egípcios à revolta. Após a morte de Akenaton, sua filha Ankhesenamon se casou com seu primo Tutankhamon, o Faraó Menino, assassinado em seguido pelo Gal. Horemheb, que somente se casando com ela validaria seu desejo de ser o novo faraó. A princesa então, escreveu a Supilulima pedindo que este enviasse seu filho para ser seu marido e governar com ela o Egito. O príncipe Zannanza foi enviado, e antes de chegar foi morto em um complô urdido pelo Vizir Ay e Horemheb (que depois foi faraó por 40 anos, iniciando a Dinastia dos Ramsés). Supiluliuma ficou furioso com a morte do filho e novamente lançou seus exércitos contra os estados vassalos do Egito em Canaã e no norte da Síria, capturando grande parte do território. Destruíram o Reino do Mitani dos hurritas (a terra da mãe de Akenaton a Rainha Tiy), etnia também da Anatólia. Com a destruição do Mitani, os hititas ocuparam suas terras entre o rio Tigre e o Orontes, e passaram a disputar com o Egito os territórios da Síria, Canaã e Fenícia. Os assírios reconquistaram a independência de Nínive e todos os territórios na Mesopotâmia que antes lhes pertenciam, ocupando o norte e o centro da região, fundando o que viria a ser por 747 anos o Império Assírio da Mesopotâmia, região situada entre os rios Tigre e Eufrates, onde hoje se encontram Iraque e Síria.
Ingredientes
- 200g pistache sem sal (para fazer uma pasta)
- 400g açúcar (para a calda)
- 200ml água
- 1 colher de sopa cheia, de mel
- 200g de pasta de tahine pronta
Modo de Fazer
- Em uma frigideira, toste o pistache sem parar de mexer, até ele ficar clarinho e perfumado. Sem escurecer, pois escuro ele fica amargo.
- Em um processador, bata até ele virar uma pasta.
- Adicione um pouco de água se precisar ajustar na consistência.
- Em uma panela coloque o açúcar, o mel e a água. Ferva em fogo médio até engrossar a calda para ficar clarinha, em ponto de fio.
- No processador, adicione a pasta de pistache e a de tahine.
- Sem parar de bater, adicione lentamente a calda pelas laterais da vasilha até ficar homogêneo.
- Enfeite com pistaches ou nozes inteiras.
- Despeje a Halva em uma forma forrada com papel manteiga e cubra com outro pedaço de papel.
- Deixe descansar até endurecer. Desenforme e retire o papel manteiga.
- Para finalizar, cubra com tahine, pistaches e pétalas de rosas.
Comentários
Postar um comentário